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INSTIGANTE
Há 100 anos, quando R.M.S Titanic afundou, centenas de pessoas morreram , algumas sobreviveram, algumas ficaram órfãs.
No entanto, apesar de ser trágico, por toda a aventura e aspectos da evolução marítima demostrada pelo transatlântico, a história é revivida ao longo do tempo de diversas formas. Cinema e museu são os maiores exemplos.
Em exposições, foram apresentadas peças da época e inclusive o cartão de acesso ao navio (ou ao menos uma representação do que seria o bilhete do ingresso).
A questão fica: os bilhetes podem ser objeto de estudo diplomático? E sendo assim por exemplo, poderiam ser usados para comprovar que possíveis testemunhas da tragédia realmente estiveram lá no dia do acontecido, que realmente são sobreviventes?
Fica mais fácil com a Diplomática verificar se as características do documento indicam ligação com a época, com a pessoa que diz ser da época, que diz ter vivido o acidente.
Com todas as discussões até aqui, seria possível atestar a fala de quem apresentasse o bilhete dizendo que participiou do naufrágio do Titanic/1912?
Pode-se perceber as possibilidades de se atestar tal fala pelas características diplomáticas sim. É possível inclusive, dizer que a falta das verídicas informações afetam no rumo que as pessoas tomam podendo as deixar vulneráveis até mesmo dentro de um navio de até então inabalável segurança. ****
marciapimentel.blog.br
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Houve muitos relatos. Sobre pessoas e famílias, o mundo conheceu um pouco mais a partir dos relatos. Houve gente que acalmava gente, outros eram muito pequenos quando o naufrágio acontecia e teve gente que morreu mas salvou pessoas.
Houve a história de Michel Navratil.
Já falecido, era um bebê quando ele e seu irmão foram salvos. Seu pai morreu no naufrágio e no final de tudo a mãe acabou os reencontrando.
Mas a atenção a essa história especificamente é pelo modo como agiu o pai dos dois para entrar a bordo com as crianças. Não se sabe como era exatamente o relacionamento do casal, mas o fato é que o pai de Navratil comprou as passagens com um nome falso. Ele estava levando os meninos para os EUA sem a permissão da mãe de quem havia se separado.
Era um documento, o bilhete, provalvelmente autêntico por ter sido emitido por alguém de fato competente, mas certamente, não verídico por não conter as informações corretas quanto ao nome do comprador.
Seguramente, o pai, caso sobrevivesse, teria dificuldade de demonstrar ou comprovar participação no desenrolar ou desfecho da história, ou atestar capacidade de testemunho sobre o ocorrido caso fosse chamado a relatar a alguém detalhes da tragédia.
Até mesmo para o reconhecimento das crianças após já estarem a salvo em Nova Iorque era necessária a documentação com veracidade. Os bebês ficaram conhecidos e eram à epóca reconhecidos como os "órfãos do Titanic", pois ninguém sabia os verdadeiros nomes.
A mãe (Sra Marcelle Navratil) reconheceu os meninos alguns dias depois através de fotografia de jornal (Le Figaro) e, com grande dificuldade para comprovar a maternidade, conseguiu levá-los de volta pra casa.
Michel Navratil foi o último sobrevivente homem, conhecido. Morreu na França no dia 2 de fevereiro de 2001, aos 92 anos de idade. Afirmou que olhou muito para esse passado para sua escolha profissional. Foi professor universitário de Filosofia e diz que o naufrágio influenciou muito. Parece, no seu caso, ter sido a escolha certa.
Referências
Disponível em: <http://www.titanicsite.kit.net/ilustres.html>. Acesso em 3 de jun. 2012.
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